Brasileiro já financia 62% do valor do imóvel com recursos da poupança
O percentual de financiamento dos imóveis vem crescendo nos últimos anos no país, atingindo no primeiro semestre uma média de 61,9% do valor total da moradia, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira pela Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) que engloba todos os empréstimos feitos pelos bancos nesse período.
Em 2009, havia ficado em 61,1%, patamar bem acima do contabilizado um ano antes (58,6%). O número registrado em 2004 (46,8%) mostra que os clientes dos bancos davam mais da metade do valor de entrada para realizar o sonho da casa própria.
De acordo com Luiz Antônio França, presidente da Abecip, isso mostra “claramente uma antecipação de compras”, devido, principalmente, às condições de crédito mais favoráveis ao tomador do empréstimo, com taxas de juros menores e o alongamento dos prazos de pagamento.
Para o executivo, a tendência é que o percentual continue subindo e a experiência mundial mostra que 80% é um patamar considerado sustentável.
O percentual divulgado pela Abecip (61,9%) se refere à fatia financiada pelo tomador do empréstimo, mas os bancos oferecem a possibilidade de um período ainda maior.
A Caixa Econômica Federal, líder de mercado com 67% dos empréstimos com recursos da poupança concedidos no primeiro semestre, financia até 90% do valor do imóvel com essa fonte. No Itaú Unibanco, maior banco privado do país e segundo nesse segmento, pode chegar a 80%.
Ao todo, nos primeiros seis meses deste ano, as operações de crédito imobiliário com recursos da poupança atingiram R$ 23,8 bilhões, registrando o melhor resultado para esse intervalo da série histórica, iniciada em 1967.
Outro motivo apontado por França para a diminuição do valor de entrada é a atuação maior dos bancos no mercado de imóveis usados. Segundo o executivo, as pessoas costumavam usar outras maneiras de se financiar nesse caso, citando as compras à vista ou com parcelamento feito diretamente com o vendedor.
“O papel dos usados é fundamental”, completa, citando os consumidores que saem de uma moradia para outra, seja por crescimento da familia ou mobilidade. “Se há liquidez no imóvel usado, é mais fácil mudar, porque faz com que o mercado gire com mais fluidez.”
Fonte: Folha
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