Verão redobra atenção com cuidados de ares-condicionados em condomínios

Condomínios com equipamentos de ar-condicionado com capacidade igual ou superior a 60.000 BTUs devem estar de acordo com o PMOC do Ministério da Saúde

Vem aí a temporada de calor e também de aparelhos de ar-condicionado ligados. Este é o momento para preparar o equipamento para o uso prolongado no verão porque a alta demanda pelo serviço, e ainda por novas instalações ou substituições, faz aumentar os valores. Revisão, limpeza, troca de gás e adequação à rede elétrica estão entre os trabalhos necessários.

Empresas do segmento já notam maior procura. Além disso, a própria pandemia do novo coronavírus elevou a busca pela manutenção preventiva durante todo o ano. “O ideal é fazê-la duas vezes ao ano, mas com a Covid-19 passaram a ser semanais, quinzenais ou mensais, dependendo do fluxo de pessoas que transitam no ambiente. A limpeza de filtros é primordial para evitar doenças respiratórias”, destaca o engenheiro Elton Demétrio Ângelo.

Carga extra de energia

Outro ponto importante, principalmente para novas instalações ou troca de aparelhos, é saber se a rede elétrica comporta a carga extra do uso constante de ar-condicionado nos apartamentos. Desarme do disjuntor é um sinal mais claro de inadequação do sistema elétrico ao equipamento. Se antes os aparelhos eram restritos a poucos usuários, hoje estão presentes em boa parte dos lares brasileiros. Especificamente em apartamentos, é um cuidado que cabe ao morador.

Em edificações mais antigas, que na época de construção não se previa tamanha quantidade de ares-condicionados, é necessário análise técnica antes de qualquer instalação para que um atitude individual não cause um problema coletivo. “É preciso uma vistoria na instalação elétrica, se há compatibilidade com o ar-condicionado que será instalado e se há carga disponível. Se ligado ao mesmo disjuntor de chuveiro e outros equipamentos de alta demanda de energia, pode haver sobrecarga e curto-circuito e ocasionar um incêndio. O condomínio é uma sociedade e um problema como este pode prejudicar outros”, explica o técnico elétrico Getúlio Pontes Steinbach.

Ele também alerta para que seja observada a instalação de protetores para evitar que descargas vindas da rua não sejam absorvidas pela rede e ocasionem um episódio semelhante ao ocorrido no alojamento do time de futebol do Flamengo, em fevereiro do ano passado, em que 10 pessoas morreram por causa de um incêndio a partir de um aparelho de ar-condicionado.

Plano de manutenção

No que tange ares-condicionados em condomínios, a atenção do síndico deve recair sobre os equipamentos instalados em áreas comuns. Se houver quantidade de aparelhos com capacidade igual ou superior a 60.000 BTUs somados em diferentes ambientes, é necessário estar de acordo com o Plano de Manutenção Operação e Controle para ar-condicionado (PMOC), criado pelo Ministério da Saúde em 2018.

O plano determina regras de manutenção para diminuir contaminações por bactérias, vírus, fungos e poluentes que provocam doenças, em prédios públicos e coletivos. O documento, assinado por um engenheiro ou técnico mecânico, deve ser validado a cada ano e seu custo varia conforme a quantidade de equipamentos e frequência da manutenção deles.

O PMOC é plano que envolve todos os procedimentos relacionados à limpeza dos aparelhos e a verificação dela, que também garante a eficiência dos ares-condicionados. “Além da exigência, é válido para assegurar boa qualidade do ar em ambientes climatizados, tem o propósito de saúde. A manutenção também tem o benefício de aumento da durabilidade dos equipamentos”, reforça o técnico mecânico Jorge Turetta Júnior, responsável pela emissão desse documento.

Fonte: Condomínios SC